"Não podemos dizer: o homem é isto ou aquilo. O homem não para de mudar, e não sabemos do que é capaz. Basta ver o problema atual do Pacs (Pacto Civil de Solidariedade, tipo de contrato que permite a união civil entre pessoas do mesmo sexo), da adoção por homossexuais... Daqui a cem anos, as pessoas ficarão surpreendidas de que isso tenha nos escandalizado de tal maneira, como hoje nos fazem rir as idéias sexuais de alguns séculos atrás. A história humana é o cemitério das verdades do passado. Temos de desatolá-las, libertá-las da lama das sucessivas interpretações, para considerá-las apenas em sua verdade inicial - perdida para sempre para nós. A verdade é deste mundo: um discurso que dá sentido a uma época e que não sobreviverá a ela." FOCAULT, Michel.

De: Mário tourinho Para: hatour@bol.com.br Data: 06/07/08 18:37 Assunto: [Sem assunto] Cabaret,
Segue o texto abaixo de Karl Max:
Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na historia do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa. Caussideiére por Dantosn, Luiz Blanc por Robespierre, a Montanha de 1848-1851 pela Montanha de 1793-1795, o sobrinho pelo tio. E a mesma caricatura ocorre nas circunstancias que acompanham a segunda edição do dezoito Brumário. Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem, não a fazem sob circunstancias de suas escolhas e sim sob aquelas com se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos. E justamente quando parecem emprenhados em revolucionar-se a si e as coisas, em criar algo que jamais existiu, precisamente nesses períodos de crise revolucionária, os homens conjuram ansiosamente em seu auxílio os espíritos do passado, tomando-lhes emprestado os nomes, os gritos de guerra e as roupagens, a fim de apresentar e nessa linguagem emprestada. Assim, Lutero adotou a máscara de Paulo, A revolução de 1789-1814 vestiu-se alternadamente como a república romana e como o império romano, e a revolução de 1848 não soube fazer nada melhor do que parodia ora 1789,ora a tradição revolucionária de 1793-1795. De maneira idêntica, o principiante que aprende um novo idioma, traduz sempre as palavras deste idioma para sua língua natal, mas não quando puder manjá-lo sem apelar para o passado e esquecer sua própria língua no emprego da nova, terra assimilado o espírito desta última e poderá produzir livremente nela.
E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música."
Nietzsche, Friedrich