Mostrando postagens com marcador PENSAMENTOS - MÁXIMAS - DITADOS - I. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador PENSAMENTOS - MÁXIMAS - DITADOS - I. Mostrar todas as postagens

7.8.07

PENSAMENTOS, MÁXIMAS, DITADOS...

CONCEITOS > A PRIORI, A POSTERIORI > KANT, Immanuel
Os conceitos e preposições a priori têm que ser pensados com caráter de necessidade absoluta. Mas não simplesmente porque sejam puramente formais. Se não o fossem, haveria de desistir de formular proposições universais e necessárias relativas à Natureza; a universalidade e necessidade de tais proposições seriam então somente a consequência de seu caráter analítico.
Por outro lado, os conceitos da razão não podem aplicar-se à realidade em si mesma e menos ainda servir de exemplos de modelos dessa realidade. Toda metafísica baseada em puros conceitos de razão transcendem à experiência possível e é resultado de uma pura imaginação racional (portanto, não sintética).
KANT considera que o conhecimento a priori é independente da experiência, diferentemente do conhecimento a posteriori, que tem sua origem nesta. A independência da experiência deve entender-se de um modo absoluto, com respeito a tais ou quais partes da experiência. Os modos de conhecimento a priori são puros quando não há neles nenhuma mescla de elementos empíricos.
Toda mudança tem uma causa, não é para Kant uma proposição absolutamente a priori,
porque a noção de mudança prescinde da experiência. Para ele, é um princípio a priori, mas impuro, porque o conceito de mudança só pode formar-se extraído da experiência.
A independência da experiência não deve entender-se em sentido psicológico, senão epistemológico. O problema de que se ocupa Kant em Crítica da Razão Pura não é da ordem do conhecimento ( como em Locke ou em Hume), senão o da sua validade.
Agora, bem, Kant admite que pode haver juízos sintéticos a priori. Assim, o a priori não é sempre somente analítico. Se tal fosse, nenhum conhecimento relativo à Natureza poderia constituir-se em ciência. Nem sequer o senso comum pode prescindir de modos de conhecimento a priori.
Perguntar se há juízos a priori na matemática ou na física, equivale a perguntar se estas ciências são possíveis, e como o são. A resposta de Kant é afirmativa em ambos os casos, mas isto se deve a que o a priori não se refere às coisas em si, senão às aparências.
Os elementos a priori condicionam a possibilidade de proposições universais e necessárias. Ao contrário, não há na metafísica juízos sintéticos a priori, porque o a priori não se aplica aos noumena (às coisas que são pensadas), como ser pensado é entendido aqui no sentido do que é pensado por meio da razão (ou por meio de uma intenção intelectual); se pode equiparar nóumeno a o inteligível. O mundo dos nóumenos é, assim, o mundus intelligiblis, contraposto, desde Platão, ao mundo sensibilis, o mundo dos fenômenos.
Dentro da chamada (vagamente) tradição racionalista (e, pelo comum, também realista), se admite que o mundo neumênico ou noumenal constitui a realidade última ou realidade metafísica, e que não só esta realidade é cogniscível, senão que tal realidade é a única plenamente cogniscível - somente esta realidade é objeto de saber em vez de ser meramente objeto de opinião. Pode suceder que não se alcance nunca este saber, mas se há conhecimento verdadeiro tem que ser, segundo dita tradição, conhecimento do mundo neumênico e inteligível.
Nóumeno é um vocábulo técnico da filosofia de Kant. Com frequência é difícil distinguir entre este conceito e o de coisa em si. Nóumenos e coisa em si são expressões que designam o que se passa fora do marco da experiência possível, tal como foi tratado na Estética Transcendental e na Analítica Transcendental, em Crítica da Razão Pura.
APARÊNCIA, ESSÊNCIA, EXISTÊNCIA, SER
APARÊNCIA - É, de um modo geral, o aspecto que oferece uma coisa, a diferença e ainda a oposição a seu verdadeiro SER. Mas o aspecto da coisa pode também ser sua verdade e evidência. Então, o aparente tem os sentidos de aparente e evidente. Melhor ainda: justamente porque há aparência, há em tal caso evidência.
O aparente revela assim a verdade da coisa, porque se supõe que por trás desta aparência não há um ser verdadeiro que se serve dela para ocultar-se. Sem embargo, na maioria dos casos o vocábulo aparência alude ao aspecto ocultador do ser verdadeiro.
A aparência tem então um sentido análogo ao do fenômeno, e pode oferecer, como este, três aspectos diferentes: 1. a verdade da coisa, enquanto esta se identifica com o aspecto que oferece; 2. o de ocultação; 3. o de caminho para chegar a ela.
No 1º caso, diz-se que a coisa não é senão o conjunto de suas aparências ou aspectos; no 2º, que é algo situado, mas além da aparência, a qual deve ser atravessada com o fim de alcançar a essência do SER; no 3º caso, que só mediante a compreensão do aspecto ou aspectos que apresenta uma coisa poderemos saber o que verdadeiramente é. Daí (3º caso) que nem sempre seja possível confundir a aparência com uma falsa realidade; sua significação mais geralmente aceita é a da realidade aparente, quer dizer, empregando uma expressão paradoxal, a da aparência verdadeira, aspecto que encobre e por sua vez permite descobrir a verdade de um SER.
A rigor, os distintos graus e significações da aparência podem ser entendidos segundo o plano buscado:
- no plano vulgar, a aparência (sempre que seja, segundo o que se apontou, verdadeira) é suficiente;
- no plano da reflexão e do saber a aparência é mais do que indica a direção em que se acha o SER verdadeiro e último da coisa, pois como disse Husserl, para uma verdadeira fenomenologia da verdadeira realidade é completamente indispensável a fenomenologia da fútil aparência;
- no plano metafísico, a aparência é o caminho que pode conduzir ao sentido do SER examinado, quer dizer, ao descobrimento do lugar desde SER dentro da totalidade.
DARCY RIBEIRO
1. “Fracassei em tudo o que tentei na vida.Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não consegui.Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu”

2. “Mais vale errar se arrebentando do que poupar-se para nada”

3. “Sem um povo educado não há como fazer o país crescer”

4. “Não existe nenhuma outra política que possa gerar o desenvolvimento que não seja a política da educação”.

5. “O único clamor da vida é por mais vida bem vivida. Essa é, aqui e agora, a nossa parte. Depois seremos matéria cósmica. Apagados minerais. Para sempre mortos”
CAMUS, Albert
"Gostamos tanto dos belos pensamentos que não conseguimos para de falar o dia todo, o que não deixa muito tempo para ler. Enlouquecemos a tal ponto com o patriotismo que acabamos sendo patriotas por dois ou três países. Dilaceramo-nos em nome da paz e prometemos a prisão em nome da liberdade."
> O Improviso dos Filósofos, peça de 1947 que só agora vem à luz (2008), na qual critica acidamente SARTRE, seus seguidores e apóstolos, acusando-os de cegueira face às atrocidades cometidas pelos comunistas - leia-se Stalin.
Fidel Castro, ao renunciar à presidência de Cuba em 19.02.2008:


"Os homens passam, os povos ficam; os homens passam, as idéias ficam."
FIDEL CASTRO, 20 julho de 1996.
"... Nunca exponha a orientação, para não atirar o movimento na arena das maledicências... Nunca desista de somar e de incluir todo aquele que puder ser útil... Porque as táticas se podem alterar, aqui e ali, mas a estratégia deve ser resguardada..." (Ao coordenador do M-26.7)
MAQUIAVEL"O homem que tenta ser bom o tempo todo está fadado à ruína entre os inúmeros outros que não são bons."
WITTGENSTEIN - Tratactus, p.277
"Se a boa ou má volição altera o mundo, só pode alterar os limites do mundo, não os fatos; não o que pode ser expresso pela linguagem. Em suma, o mundo deve então, com isso, tornar-se, a rigor, um novo mundo. Deve, por assim dizer, minguar ou crescer como um todo. O mundo do feliz é um mundo diferente do mundo do infeliz."
FAULKNER, William
"O passado nunca está morto, ele nem mesmo é passado."
OCTÁVIO BRANDÃO - dirigente comunista repelido pelo Partidão
EM NOME DO QUE VENHO
Venho em nome dos pequenos,

dos párias,
dos humildes...
Em nome do oprimido contra o opressor;
do pobre contra o rico;
do pequeno contra o grande.
Venho em nome daqueles que não têm pão,
daqueles que não têm lar;
daqueles que não têm lençol;
daqueles que têm sede de amor;
daqueles que nunca tiveram uma benfazeja e carinhosa mãe a suavizar a agonia;
daqueles que vivem no ódio perene.

GROTIUS, ao tentar conter os impulsos de um tirano:
"Nem mesmo Deus pode fazer com que duas vezes dois não sejam quatro."
MONTAIGNE
"Se a falsidade, como a verdade, tivesse apenas uma face, saberíamos melhor onde estamos, pois tomaríamos então por certo o contrário do que o mentiroso nos disesse. Mas o reverso da verdade tem mil formas e um campo ilimitado."
NIETZSCHE

"O valor estético surge da memória, e portando da dor, da dor de abrir mão de prazeres mais fáceis em favor de outros muito mais difíceis."
SHAKESPEARE

"Cada fato é à idéia tão avesso, que os planos ficam sempre insatisfeitos; as idéias são nossas, não os feitos."

HCTF
Se algum dia eu viesse a ter parcela de um poder que sobre tudo dispusesse, jamais me vingaria daqueles que porventura me houvessem acicatado, mas espezinharia sem piedade todos os que, injustamente, houvessem feito outros padecer.
J.J.ROUSSEAU
"Quereis dar consistência ao Estado? Aproximai tanto quanto possível os extremos; não suporteis nem gente opulenta nem mendigos."
HEINE - Pensamentos e Ocorrências

"Tenho a disposição mais prática que se possa imaginar. Meus desejos são: uma modesta cabana, um teto de palha; porém boa cama, boa mesa, manteiga e leite bem frescos, umas flores na janela, algumas árvores formosas em frente à porta, e se o bom Deus quiser me fazer completamente feliz, me concederá a alegria de ver pendurados nessas árvores uns seis ou sete dos meus inimigos. Com coração compadecido lhes perdoarei antes de sua morte todas as iniquidades que me fizeram sofrer em vida. É certo: se deve perdoar aos inimigos, porém não antes de sua execução."
PROUST - Em busca do tempo perdido
"A sabedoria não se transmite, é preciso que a gente mesmo a descubra depois de uma caminhada que niguém pode fazer em nosso lugar, e que ninguém nos pode evitar, porque a sabedoria é uma maneira de ver as coisas.

HCTF

" Quando da morte dos meus inimigos, eu os perdoarei.

MARIO VARGAS LHOSA - A EREÇÃO PERMANENTE
"... Enquanto o carnaval existir não haverá nenhuma revolução social no Brasil (...) enquanto o carnaval carioca existir, para quem o viveu ou recordar, ou até mesmo imaginar , a vida será melhor do que a porcaria que normalmente é, uma vida que, por alguns dias - como jurava o tio Lucho - chega às raias do sonho e se mistura com a magia da ficção."

WILDE, Oscar

"Só há uma maneira de vencer a tentação: entregue-se a ela."

"Quando jovem achava que o dinheiro é tudo na vida. Hoje, tenho certeza."

RIMBAUD

"Ociosa juventude, a tudo rendida. Por delicadeza, perdi minha vida."

NIETZSCHE

"O que serve à maioria, pode não servir a cada um."

SANTO AGOSTINHO - Confissões

"Senti e experimentei que o pão, tão saboroso ao paladar saudável, seja enjoativo ao paladar enfermo, e que a luz, amável aos olhos límpidos, seja odiosa aos olhos dos doentes."

PROUST

"A sabedoria não se transmite, é preciso que a gente mesmo a descubra depois de uma caminhada que ninguém pode fazer em nosso lugar, e que ninguém nos pode evitar, porque a sabedoria é uma maneira de ver as coisas."

NIETZSCHE

"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida - ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem número, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isto te custaria a tua própria pessoa: tu te hipotecarias. Existe no mundo um único caminho onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes: segue-o."

GUILLAUME DE LA PERRIÈRE

"Governo é uma correta disposição das coisas de que se assume o encargo para conduzí-las a um fim conveniente."

W.E. GLADSTONE

"Não há maior honra para um partido do que sofrer pela sustentação de princípios que ele julga serem justos."

FAULKNER, William

"O passado nunca está morto, ele nem mesmo é passado."
HCTF
Leitores são como almas para a Igreja: quanto mais, melhor.

JOHN MILTON

"Aqueles que vazaram os olhos do povo, o recriminam por sua cegueira."

"Quando foi que os clássicos morreram? A verdade é esta: morreram na guerra. Se é certo que houve soldados que marcharam ao front levando o Fausto na mochila, também é certo que os que voltaram da guerra já não o traziam." BERTHOLD BRECHT

Sobre a arte...

"A idéia da arte popular, como a da arte patriótica, ainda que não fosse perigosa, se me afiguraria ridícula. Procurando torná-la acessível ao povo, sacrificar-se-iam os requintes da forma; "bons para desocupados"; ora, eu frequentava suficientemente os mundanos para saber que são eles, e não os operários eletricistas, os verdadeiros iletrados. Assim sendo, uma arte popular pela forma mais aos membros do Jockey Club do que aos da Confederação Geral do Trabalho; quanto aos temas, os romances populares satisfazem tão pouco à gente do povo como às crianças os livros escritos em sua intenção. Todos buscam novidade na leitura, e os operários têm pelos príncipes a mesma curiosidade dos príncipes pelos operários. No início da guerra, já dizia Barrès que um artista (no caso Ticiano) deve antes de tudo servir à glória de sua pátria. Mas só como artista o pode fazer, isto é, com a condição de, ao estudar as leis da Arte, ao tentar suas experiências e fazer suas descobertas, tão delicadas como as da Ciência, não pensar em nada - nem na pátria - além da verdade que tem diante de si. Não imitemos os revolucionários desprezando, por "civismo", quando não as destruíam, as obras de Watteau e La Tour, pintores que honravam mais a França do que todos os da Revolução. Nenhuma criatura sensível, se pudesse escolher, optaria provavelmente pela anatomia. Não foi a bondade, grande embora, de seu coração virtuoso que levou Choderlos de Laclos a escrever As relações perigosas, nem a predileção pela burguesia, grande ou pequena, que sugeriu a Flaubert temas como os de Madame Bovary ou de Educação sentimental. Prediziam alguns que seria breve a arte de uma época apressada, como antes da guerra a imaginavam curta. Também a estrade de ferro deveria matar a contemplação, era inútil lamentar as diligências, mas o automóvel as veio substituir e permitir de novo aos turistas pararem nas igrejas abandonadas." PROUST > Em busca do tempo perdido

"Um amigo meu, falando das atitudes dos críticos em relação aos artistas, a definiu, meio de brincadeira, deste modo: 'críticos são os burros que discutem os inteligentes'. Essa definição, ainda que unilateral, imprecisa e grosseira, contém uma verdade parcial e é incomparavelmente mais correta do que a definição segundo a qual os críticos são os que explicam as obras de arte. "Os críticos explicam." Mas o que explicam eles? Um artista, se for um artista verdadeiro, transmitiu a outros, em sua obra, o sentimento que vivenciou: o que há para explicar aí? Se a obra é boa como arte, o sentimento expresso pelo artista é transmitido a outros, seja a obra moral ou imoral. Se ele é transmitido a outros, estes o experimentam eos experimentam, além disso, cada um à sua própria maneira, e toda interpretação é supérflua. Se a obra não contagia os outros, nenhuma interpretação vai torná-la contagiosa. Obras artísticas não podem ser interpretadas. Se fosse possível para o artista explicar em palavras o que ele quis dizer, ele o teria dito em palavras. Mas ele o disse com sua arte porque era impossível transmitir o sentimento que experimentou de qualquer outra maneira. A interpretação de um trabalho artístico em palavras somente prova que o intérprete é incapaz de ser contagiado pela arte. Isso é fato; e, por mais estranho que pareça, são as pessoas menos capazes de ser contagiadas pela arte quem sempre foram críticos. Na maior parte dos casos, são aqueles que têm facilidade para escrever, bem instruídos, inteligentes, mas com uma capacidade de ser contagiados pela arte completamente pervertida ou atrofiada. E, portanto, com seus textos, esses críticos sempre contribuíram significativamente e ainda contribuem para deturpar o gosto do público que os lê e acredita neles." TOLSTOI, Leon > O Que é Arte?

Tolstoi, por ocasião do Censo de Moscou, do qual participou em 1882, ao vivenciar a vida dos habitantes da capital, exclamou: "É impossível viver deste modo - impossível, impossível, impossível." Referia-se à miséria do povo.
FRANK ZAPPA, roqueiro americano
"Crítico de rock é um indivíduo que não sabe escrever, ouvindo quem não sabe falar e escrevendo para quem não sabe ler."


"Venham, meus amigos, não é tarde demais para procurar um mundo mais novo. Partam, e sentados bem em ordem, batam nos caminhos sonoros: porque o meu propósito consiste em navegar além do crepúsculo, e dos banhos de todas as estrelas ocidentais, até morrer. Pode ser que os redemoinhos nos puxem para baixo; pode ser que nos aportemos às ilhas felizes, e vejamos o grande Achiles, que conhecemos. Embora, muito seja tomado, muito resta, e embora não tenhamos agora aquela força que movia céus e terras; que o que somos, somos. Uma têmpera igual de corações heróicos, tornados fracos pelo tempo e pelo Destino, mas fortes na vontade de lutar, de procurar, de encontrar e de não ceder." TENNYSON > Ulysses.
SHAKESPEARE, em Rei Lear
... Rei Lear:
"- Oficial de justiça desonesto, suspende a mão sangrenta! Por que açoitas essa pobre rameira? Vira contra ti próprio essa chibata. Estás ardendo de desejo de com ela realizares o ato por que a castigas. O onzoneiro põe na forca o ladrão. As faltazinhas se deixam ver nos furos dos andrajos; mas as togas e as peles tudo encobrem."
MONTAIGNE - Confissões
"Detesto aquele arrependimento fortuito que surge com a idade. Jamais agradecerei à impotência qualquer benefício que ela por ventura me traga. (...) Remédio miserável, que faz com que a saúde dependa da doença."
ASTROGILDO PEREIRA
"Em Machado de Assis, coexistem e completam-se o analista rigoroso e frio e o criador empolgante. O seu método de composição é um misto de cálculo e de espontaneidade: a trama da ficção, o desenvolvimento das situações, o encadeamento dos episódios, o desenho dos caracteres, a reação psicológica dos personagens, o desenlace dos conflitos - tudo isso se processa obedecendo a cálculos minudentes e seguindo ao mesmo tempo uma linha de absoluta espontaneidade na fixação da narrativa no papel."
PROUST - Em busca do tempo perdido (A prisioneira, 2ª edição, p.354)
"... As verdadeiras estrelas da sociedade estão cansadas de comparecer à mesma. Quem tiver curiosidade de avistá-las deve muita vez migrar para outro hemisfério, onde se acham quase sozinhas. Mas as mulheres muito recentes na sociedade, não deixam, por assim dizer, de brilhar por toda parte ao mesmo tempo. São úteis para essa espécie de representação que se chama um sarau, e ali se fariam conduzir, moribundas, de preferência a faltar. São as figurantes com quem sempre se pode contrar, ardentes em jamais perder uma festa..."
PROUST
"Em Dostoievski encontro poços demasiados profundos, mas em alguns pontos isolados da alma humana. Mas é um grande criador. Em primeiro lugar o mundo que ele pinta parece verdadeiramente criado por ele. Todos aqueles bufões que aparecem incessantemente, todos aqueles Lebedev, Karamazov, Ivolguine, Segrev, incrível cortejo, são uma humanidade mais fantástica do que a Ronda Noturna de Rembrandt. E como esta, talvez só pareça fantástica por causa da iluminação e das vestimentas, e seja na realidade corrente. Em todo caso está ao mesmo tempo cheia de verdades profundas e únicas, pertencentes exclusivamente a Dostoievski. Aqueles bufões dão quase a impressão de um emprego que não existe mais, como certas personagens da comédia antiga, e no entanto como revelam aspectos verdadeiros da alma humana! O que me irrita é a maneira solene com que se fala e se escreve sobre Dostoievski. Você já notou a parte que o amor próprio e o orgulho têm nas personagens dele? Dir-se-ia que para ele o amor e o ódio mais desvairado, a bondade e a perfídia, a timidez e a insolência, são apenas dois estados de uma mesma natureza, o amor próprio, o orgulho, impedindo Aglaia, Nastasia, o capitão a quem Mitja puxa a barba, Krassotkine, o inimigo/amigo de Aliocha, de se mostrarem tais como são na realidade. Mas há ainda muitas outras grandezas. Conheço muito pouco da obra dele. Mas não é um motivo escultural e simples, digno da arte mais antiga, um friso interrompido onde se desenrolasse a vingança e a expiação, aquele ciúme do velho karamazov emprenhando a pobre louca, o movimento misterioso, animal, inexplicado, pelo qual a mãe, sendo, sem o saber, o instrumento das vinganças do destino, obedecendo tão obscuramente ao seu instinto de mãe, talvez a uma mistura de ressentimento e de gratidão física pelo violador, vai dar à luz em casa do velho Karamazov? Esse é o primeiro episódio, misterioso, grande, augusto como uma criação da Mulher nas esculturas de Orvieto. E como réplica, o segundo episódio, mais de vinte anos depois, o assassínio do velho Karamazov, a infâmia lançada sobre a família Karamazov por esse filho da louca, Smerdjakov, seguido pouco depois de um mesmo ato tão misteriosamente escultural e inexplicado, de uma beleza tão obscura e natural, quanto o parto no jardim do velho Karamazov: Smerdjakov enforcando-se depois de praticar o crime."

HCTF - Parafraseando Voltaire:
"Os que compram votos, certamente vendem os seus..."

BALZAC

"Alguns escolhem o que comem; outros não têm o que comer.""A multidão aprova involuntariamente um sentimento de respeito por tudo que é engrandecido, sem exigir muitas contas dos meios empregados para isso. A sabedoria não se transmite, é preciso que a gente mesmo a descubra depois de uma caminhada que ninguém pode fazer em nosso lugar, e que ninguém nos pode evitar, porque a sabedoria é uma maneira de ver as coisas."

Antropocentrismo/Utilitarismo

HANNA ARENDT > "... o homem é a medida de todas as coisas (Chremata)."
"A palavra chremata não significa, de forma alguma, "todas as coisas", mas somente aquelas coisas que os homens usam, necessitam ou possuem. O suposto dito de Protágoras, "o homem é a medida de todas as coisas", seria, na paráfrase de Heráclito, "o conflito é o pai de todas as coisas".


ARISTÓTELES > "É absurda a opinião de que o homem é o mais alto de todos os seres vivos e de que tudo o mais está sujeito às exigências da vida humana."
KANT > "Nenhum homem deve jamais tornar-se um meio para um fim; todo ser humano é um fim em si mesmo."
PLATÃO > "Deus é a medida de todas as coisas." (no fim da vida)
SÓCRATES > "Se sou um, é melhor estar em desacordo com o mundo do que comigo mesmo."
OSCAR WILDE > "Ser bom é estar em harmonia consigo mesmo. E não o ser é ver-se forçado a estar em harmonia com os outros."

HANNA ARENDT - A condição humana

Sobre a dor...

"... De fato, o sentimento mais intenso que conhecemos - intenso ao ponto de eclipsar todas as outras experiências, ou seja, a experiência da grande dor física - é, ao mesmo tempo, o mais privado e menos comunicável de todos. Não apenas por ser, talvez, a única experiência à qual somos incapazes de dar forma adequada à exposição pública; na verdade, ela nos priva de nossa percepção da realidade a tal ponto que podemos esquecer essa última e mais rápida e facilmente que qualquer outra coisa. Não parece haver uma ponte que ligue a subjetividade mais radical, na qual eu já não sou 'identificável', ao mundo exterior da vida. Em outras palavras, a dor, que é realmente uma experiência limítrofe entre a vida, no sentido de 'estar na companhia dos homens' (inter homines esse), e a morte, é tão subjetiva e alheia ao mundo das coisas e dos homens que não pode assumir qualquer tipo de aparência. Ao contrário do que ocorre com a dor, há um aspecto da morte na qual é como se ela aparecesse entre os vivos: na velhice. Goethe observou certa vez que envelhecer é 'desaparecer gradualmente'. A verdade desta observação, bem como o surgimento real desse processo de desaparecimento, são bem tangíveis nos auto retratos dos grandes mestres quando velhos - Rembrandt, Leonardo etc. -, nos quais a intensidade dos olhos parece iluminar e presidir um corpo que vai desaparecendo."

Sobre a Grécia antiga...

"A feição não privativa da esfera doméstica residia originalmente no fato de ser o lar a esfera do nascimento e da morte, que devia ser escondida da esfera pública por abrigar coisas ocultas aos olhos humanos e impenetráveis ao conhecimento humano. É oculta porque o homem não sabe de onde vem quando nasce, nem tem conhecimento do lugar para onde vai quando morre. 'Aparentemente, os mistérios eleusinos proporcionavam uma experiência comum e quase pública de toda essa esfera que, dada à sua própria natureza e embora fosse comum a todos, precisava ser escondida, mantida em segredo contra a esfera pública: todos podiam participar dos mistérios, mas a ninguém era lícito falar deles. Os mistérios tinham a ver com o indizível, e qualquer experiência que não pudesse ser expressa em palavras era apolítica e talvez antipolítica por definição. Tinham a aver com o segredo do nascimento e da morte, como parece prová-lo um fragmento (frag.137a) de Píndaro, onde supostamente o iniciado conhecia 'o fim da vida e o começo dado por Zeus.' Não o interior dessa esfera, que permanece oculta e sem o significado público, mas a sua aparência externa é importante também para a cidade, e surge na esfera da cidade sob a forma de limites entre uma casa e outra. A lei era originalmente identificada com esta linha divisória, que, em tempos antigos, era ainda na verdade um espaço, uma espécie de terra de ninguém entre o privado e o público, obrigando e protegendo ambas as esferas e ao mesmo tempo separando-as uma da outra." HANNA ARENDT > A Condição Humana.

Sobre a autoridade (conceito desconhecido para os gregos)...

"A razão porque Platão queria que os filósofos se tornassem os governantes da cidade se assentava provavelmente no conflito existente entre o filósofo e a polis, ou na hostilidade da polis para com a filosofia, que possivelmente estivera dominante durante algum tempo antes de mostrar sua ameaça imediata à vida do filósofo no julgamento e morte de Sócrates. Politicamente, a filosofia de Platão mostra a rebelião do filósofo contra a polis. O filósofo anuncia sua pretensão ao governo, mas não tanto por amor à polis e a política (embora não se possa negar motivação patriótica a Platão, que distingue sua filosofia das de seus seguidores na antiguidade), como por amor à filosofia e a segurança do filósofo. Foi após a morte de Sócrates que Platão começou a descrer da persuasão como insuficiente para guiar os homens, e a buscar algo que se prestasse a compelí-los sem o uso de meios externos de violência.

Bem no início de sua procura ele deve ter descoberto que a verdade, isto é, as verdades que chamamos de auto evidentes, compelem a mente, e que essa coerção, embora não necessite de nenhuma violência para ser eficaz, é mais forte que a persuasão e a discussão. O problema a respeito da coerção pela razão, contudo, está em que somente a minoria se sujeita a ela, de modo que surge o problema de assegurar com que a maioria, o povo, que constitui em sua própria multiplicidade o organismo político, possa ser submetida à mesma verdade. Aqui, certamente, se devem encontrar outros meios de coerção, e aqui, novamente, se deve evitar a coerção pela violência para que a vida política, tal como entendida pelos gregos, não seja destruída. Esse é o principal impasse da filosofia política de Platão e permaneceu o impasse de todas as tentativas de estabelecer uma tirania da razão.

Em A república, o problema é resolvido através do mito inal das recompensas e punições na vida futura, um mito no qual o próprio Platão obviamente nem acreditava nem pretendia que os filósofos acreditassem. Aquilo que a Alegoria da caverna é, no meio de A república, para os eleitos ou para o filósofo, é no final o mito do inferno, para a maioria que não está à altura da verdade filosófica. Em Leis, Platão lida com a mesma perplexidade, mas da maneira oposta; aqui, propõe um substituto para a persuasão, a introdução às leis na qual seu intento e propósito devem ser explicados aos cidadãos." HANNA ARENDT > Entre o Passado e o Futuro.

PARA KANT, em réplica a Platão > "Não se deve esperar que os reis filosofem ou que os filósofos se tornem reis, e tampouco deve-se desejá-lo, pois a posse do poder inevitavelmente corrompe o livre juízo da razão."

SOBRE SÓCRATES...

"Depõe muito a favor de Sócrates o fato de que ele, entre todos os grandes pensadores - sigular neste aspecto como em muitos outros - jamais tenha se entregue ao trabalho de dar forma escrita aos seus pensamentos; pois é óbvio que, por mais que um pensador se preocupe com a eternidade, no instante em que se dispõe a escrever seus pensamentos deixa de estar fundamentalmente preocupado com a eternidade e volta a sua atenção para a tarefa de legar aos pósteros alguns vestígios deles. Adota a 'vida activa' e escolhe uma forma de permanência e de imortalidade potencial."

O HOMEM E A NATUREZA

"Entende-se por PARADIGMA um conjunto de pressupostos que, aceitos sem crítica durante determinado período histórico, funciona como fundamentos das concepções vigentes sobre o homem, a vida social, o ser e o conhecimento.

Como se sabe, nos pressupostos da civilização moderna o homem é concebido como indivíduo separado da natureza, e a sociedade, como resultante de uma associação racional de indivíduos, ignorando-se, tanto nos indivíduos quanto nas sociedades, a significação de suas afetividades e sociabilidade naturais. Separando o homem da natureza, a perspectiva moderna o separa de si mesmo, visto que o pensa como dividido entre uma consciência racional e um corpo. Assim, em sua perspectiva brutalmente reducionista, o psiquismo humano é visto apenas como consciência e razão, ao mesmo tempo que o corpo é pensado como parte da 'máquina burra' - modo pelo qual o paradigma reducionista concebe a natureza. Essa perspectiva, ao opor homem e natureza, estabelece uma relação de exterioridade e domínio. Separado da natureza, dos outros e de si mesmo, o homem da modernidade transformou o objetivo de domínio em prática predatória, e, definido exclusivamente a partir de sua racionalidade, levou a racionalidade presente em suas ciências e práticas produtivas a uma gigantesca irracionalidade global." CARLOS ALBERTO PLASTINO > Dependência, Subjetividade e Narcisismo na Sociedade Contemporânea.

HCTF -SOBRE O MST...

Sempre procuramos a justa compreensão do problema histórico dos sem terra, problema de caráter perverso que nos remete ao Abolicionismo. A sensibilidade para a compreensão do social em conflito de tal magnitude. Nabuco, em sua obra magistral, preconizava não só a extinção global da escravatura, o que julgava apenas o mínimo. Exige também a reforma agrária e a ajuda ao negro, proporcionando-lhe educação e preparo técnico para os vários tipos de trabalho. Parafraseando o mestre, o Movimento dos Sem Terra é um protesto contra a triste perspectiva de postergar indefinidamente a solução de um problema, que não é só de de justiça e consciência moral, mas também de previdência política. Ainda com Nabuco, pensamos que a propaganda reformista não deve se dirigir aos sem terra. Seria uma covardia, inepta e criminosa, e, além disso, um suicídio político para o Movimento, incitar à insurreição, ou ao crime, homens e mulheres sem defesa, e que a lei de Lynch, ou a justiça pública, imediatamente haveria de esmagar. O problema dos sem terra há de ser resolvido pela lei. A violência, o crime, o desencadeamento de ódios acalentados, só pode ser prejudicial ao lado que tem por si o direito, a justiça, a procuração dos oprimidos e os votos da humanidade toda.

"Juntar as coisas, ou atacando o círculo hermenêutico: > ver a estrutura do texto de forma a poder admirar os detalhes pessoais e vendo os detalhes pessoais de forma a entender a estrutura geral. > Evitar o terreno escorregadio dos "temas" e as águas perigosas do "personagem", que acaba, levando a argumentos ideológicos. > Em vez disso, deter-se nos blocos estruturais e metafóricos da construção. > No final das contas, o tema e o personagem acabam aparecendo (como não?), mas baseados (o tema e o personagem) no que está no livro e não nos impostos de fora pela prepotência dos clichês do dia a dia sobre raça, sexo ou classe social, ou os clichês mais antigos da "psicologia." > TAYLER, prof. de Literatura da unioversidade de Colúmbia, N. York.

SHAKESPEARE - Hamlet

"As mais brilhantes aparências podem encobrir as mais medíocres realidades; o mundo é sempre enganado pelo aparato."

Idem:

"Os amigos que tiveres, depois de provada a escolha, prende-os à tua alma com grilhões de aço, mas não gastes a mão a agradar cada companheiro novo e não experimentado."

"Aquele que mais ama é o subjugado e tem de sofrer." THOMAS MANN > Tônio Kroeger

"As coisas começadas pelo mal, só pelo mal se fortalecem." SHAKESPEARE > MacBeth

"A vida é apenas uma sombra que anda; é como um pobre ator que se pavoneia e se move durante uma hora no palco e de repente se cala." SHAKESPEARE > MacBeth

"Os erros do passado não se constituem em ameaça para um futuro promissor." ROBERTO TOURINHO

"Um mal não se abate sobre um... dois... três... E, sim, sobre dez... cem... mil..." ROBERTO TOURINHO

"Procure sempre o primeiro lugar, pois o segundo é um fracasso." JOSEPH KENNEDY

"Cala-te, ou diz alguma coisa mais do que o silêncio." PITÁGORAS

"Duas espécies de escritores têm gênio: os que pensam e os que fazem pensar." ROUX

"Para todas as coisas há uma estação, e para todo propósito debaixo do céu há um tempo: tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de colher; tempo de ferir e tempo de curar; tempo de destruir e tempo de construir; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de afligir e tempo de dançar; tempo de espalhar e tempo de juntar; tempo de abraçar e tempo de não abraçar; tempo de procurar e tempo de descansar; tempo de guardar e tempo de jogar fora; tempo de rasgar e tempo de remendar, tempo de calar e tempo de falar." BÍBLIA > Eclesiastes

"Uma grande tradição pode ser herdada, mas a própria grandeza deve ser adquirida." WINSTON CHURCHILL

"Alguns homens veem as coisas como são e dizem: por quê? Eu sonho com coisas que nunca existiram e digo: por quê não?" BOB KENNEDY

"Dizem que as sementes do que seremos um dia, nascem conosco, mas sempre me pareceu que aqueles que não levam a vida a sério teem as sementes cobertas por um solo generoso e bem adubado." HEMINGWAY > Paris é uma Festa.

"Somos capazes ao mesmo tempo de correr riscos e de avaliá-los previamente. Outros são bravos por ignorância. Quando param para pensar, começam a temer. Mas o homem que mais legitimamente pode ser declarado bravo é o que mais conhece o significado do que é bom na vida e do que é terrível, e então vai sem medo ao encontro do que vier." SÓCRATES, citado por Platão.

"O homem não foi feito para a derrota. ele pode ser vencido, mas não destruído." ANDRÉ MALRAUX

"Não te aborreças. Sempre escrevestes antes e há de escrever agora. Tudo o que tens a a fazer é escrever uma frase verdadeira. Escreve a frase mais verdadeira que souberes." HEMINGWAY > Paris é uma Festa.

"As idéias ocultas e bem disfarçadas só elevam a obra de arte." ENGELS

"É inútil lamentar o vaso quebrado quando todas as forças do universo se reuniram para fazê-lo cair de nossas mãos." W. SOMESERT MAUGHAN

"... O que se aprende no meio dos flagelados: que há nos homens mais coisas a admirar do que coisas a desprezar." CAMUS, Albert

"E se há solução para o tédio, não a conheço. Se conhecesse, seria o primeiro filósofo que teria inventado um remédio para a vida." SINCLAIR LEWIS

"O homem é o único animal que sabe que deve morrer. Triste conhecimento, mas necessário porque ele tem idéias." VOLTAIRE

"Amo as dificuldades, as impossibilidades. Amo sobretudo a vida, e acredito que a produção, seja ela qual for, é sempre preferível ao repouso." ÉMILE ZOLA

"A felicidade é um estado de espírito; por conseguinte, não pode ser duradoura. É um nome abstrato, composto de algumas idéias de prazer." VOLTAIRE

"Primeiro a gente enlouquece, depois vê no que dá." THOMAS SOUTO CORRÊA

"Um homem sem endereço é vagabundo; com dois endereços é libertino." BERNARD SHOW

"Deus é contra quem faz a guerra, mas fica do lado de quem atira bem." VOLTAIRE

"Fulano não tem inimigos; em compensação nenhum de seus amigos gosta dele." OSCAR WILDE

"Marshall McLuhan disse que a palavra escrita está obsoleta. Para provar isso ele escreveu quinze livros." WORLD MAGAZINE

"A inércia é sempre a culpada." NAPOLEÃO

"Sempre que a missão, o objetivo final, deixa de ser nitidamente fixado, a manobra falha. Ou somos vitoriosos ou derrotados. Não existe meio termo na guerra." NAPOLEÃO

"Em toda tomada de poder deve haver, em algum momento, a espada. Mas a espada deve ser conduzida pela política." MAQUIAVEL

"As pessoas perdoam tudo num homem, exceto um mau texto." WINSTON CHURCHILL

"Um ator é um sujeito que, se você não estiver falando dele, não o está escutando." MARLON BRANDO

"Leva-se muito tempo para se ser jovem." PICASSO

"Em política, a maior tragédia é puxar o saco errado." ENNIO PESCE

"Ganhar é humano. Herdar é divino." OSCAR WILDE

"O bom texto não é escrito; é reescrito." OSCAR WILDE

"A juventude é tão maravilhosa que chega a ser criminoso desperdiçá-la em crianças." OSCAR WILDE

"A fé é a ausência da razão." NIETZSCHE

"Sinto em mim um fogo que não posso deixar extinguir, que, ao contrário, devo atiçar, ainda que não saiba a que espécie de saída isso vai me conduzir. Não me espantaria que essa saída fosse sombria. Mas em certas situações mais vale ser vencido do que vencer." VAN GOGH > Cartas ao irmão Theo.

"Após a morte trocamos o papel com aquela gente. Enquanto vivemos tem ela poder sobre o nosso corpo mortal, porém no momento da morte o esquecimento a envolve para sempre." STENDHAL, depois de ser recusado pela Academia Francesa. Balzac também foi recusado...

"A função do deputado deve ser representar os cidadãos comuns, indistintamente, contra a eterna conspiração dos fortes, dos ricos e dos poderosos." ÉMILE CHARTIER, filósofo do Partido Radical Francês.

"A democracia no Brasil foi sempre um lamentável mal-entendido. Uma aristocracia rural e semi-feudal importou-a e tratou de acomodá-la aos seus direitos e privilégios, os mesmos privilégios que tinham sido, no velho mundo, o alvo da burguesia contra os aristocratas." SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA > Raízes do Brasil

"Tanto em Homero como nos séculos posteriores, o conceito de aretê é frequentemente usado no seu sentido mais amplo, isto é, não só para designar a excelência humana como também a superioridade de seres não humanos; a força dos dentes ou a coragem e a rapidez dos cavalos de raça. Ao contrário, o homem vulgar não tem aretê e, se o escravo descende de uma família de alta estirpe, Deus tira-lhe a metade da aretê e ele deixa de ser o que era dantes. A aretê é o atributo da própria nobreza... Em geral, conforma com a modalidade de pensamento dos tempos primitivos, que designa por aretê a força e a destreza dos guerreiros ou lutadores e, acima de tudo, a heroicidade, considerada não no nosso sentido de ação moral e separada da força, mas sim intimamente unida a ela." WERNER JAEGER > Paidéia

"O estudo da ideologia é, entre outras coisas, um exame das formas pelas quais as pessoas podem chegar a investir em sua própria infelicidade. A condição de ser oprimido tem algumas pequenas compensações, e é por isso que às vezes estamos dispostos a tolerá-la. O opressor mais eficiente é aquele que persuade seus subalternos a amar, desejar e identificar-se com o seu poder; e qualquer prática de emancipação política envolve portanto a mais difícil de todas as formas de liberação, o lbertar-nos de nós mesmos. Mas o outro lado da história é igualmente importante, pois se tal dominação deixar, por muito tempo, de propiciar suficiente gratificação às suas vítimas, então estas com certeza acabarão por revoltar-se contra ela. Se é racional acomodar-se a uma mistura ambígua de sofrimento e prazer marginal, quando as alternativas políticas mostram-se obscuras e perigosas, é também racional rebelar-se quando o sofrimento ultrapassa em muito as gratificações, e quando tal ação pode encerrar mais ganhos do que perdas." OCTÁVIO BRANDÃO > Ideologia

Penso, logo não durmo - Marina Tourinho