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28.4.08

MILLOR > NOHTHAS SEM DIREÇÃO

- NOHTAS sem direção
Millor Fernandes
Veja num. 2058
28.04.2008
I Quem empurra a pedra pra cima tem que saber o momento de sair de baixo.
II Antigamente se falava, com total convicção: "O que é do homem o bicho não come!". O pessoal todo ainda estava no armário.
III Quem tem uma perna mais curta do que a outra tem a outra mais comprida. E às vezes nem isso.
IV Pedofilia na Igreja? Como, Vossa Santidade, só agora isso chegou a vossos castos ouvidos?
V Passeata dos 100 000. Vocês não vão acreditar, mas eu também estava lá. Em geral não falo dos meus feitos de bravura porque não os reconheço no que narradores os transformam. Pelo que leio hoje, eram 100 000 vítimas ou heróis.
Um dos poucos que estavam ali se divertindo era eu. Não pretendi tomar o Palácio de Inverno (fazia um calor danado), nem mesmo o posto 9 de Ipanema.
Seguia a multidão, agora me lembro, quando passamos pelo Amarelinho. Em uma janela do edifício avistei o pintor Bandeira (Banderrá, como era conhecido em Paris) e acenei. Ele acenou de volta.
Ah, tem mais; li numa nota publicada por Arthur da Távola. Alguém na parada acendeu um cigarro (não conquistamos outras liberdades, mas perdemos a de fumar, até eu, que nunca fumei) e, distraído, queimou meu braço. Aflito, disse:
"Desculpe! Desculpe!". Eu, com meu reconhecido espírito (haja mito), respondi na bucha: "É bom eu ir me acostumando". Arthur, quando é que você inventou essa história?
Passeata dos 100 000. Quem foi que contou?
VI Advertência.
Se queres ser feliz Como me dizes, Não analises, Meu bem, Não analises.
VII São Jorge, segundo me dizem, há algum tempo foi destituído de sua santidade. Destituído quando a Igreja descobriu a história verdadeira: ele matou a donzela e foi viver com o dragão.
VIII Te arma, amigo – o pacifista é quem leva mais porrada.
IX Me digam, por favor, vocês do tempo em que se liam livros: como é que eu vivi tantos anos sem o marcador Stick e o Post-it?
X Irmão, cuidado com a audácia de tuas opiniões fraternas. A corda arrebenta sempre do lado mais fraco – o teu.
XI E olha aqui, ô meu, não esquece – a direção da luz é que desenha a sombra.