Os leitores de Sherlock Holmes sabem. O detetive chegava à cena do crime, varejava o chão com a lupa e recolhia amostras de terra, de cinza de tabaco e de outros minúsculos corpos estranhos. Às vezes farejava portais, postigos, paredes. Depois checava as pegadas, contando os passos, como quem pisasse em ovos.Dali a alguns dias, descrevia o criminoso. O dito se chamava Reginald Wentworth-Brewster, tinha 2,20 m, servira na Índia e morava em Crowborough, a 40 minutos de Londres. Era estrábico, filatelista, tinha oito libras no bolso e estrangulara a vítima com uma corda de violino fabricada em Budapeste.Como Sherlock descobrira tudo isso? Simples. Era capaz de identificar a cinza de 84 marcas de fumo para cachimbo e a cor e consistência da terra de todos os subúrbios de Londres - o sujeito fumara uma cachimbada antes de cometer o crime e trazia grãos de terra na sola da bota. A distância entre os passos indicava sua altura. Quanto ao estrabismo, a filatelia, o dinheiro no bolso e a procedência da corda de violino, a Scotland Yard saberia ao ler a história na revista "Strand", quando o Dr. Watson a publicasse. Com Sherlock no pedaço, o crime perfeito não existia.A partir de 1930, o detetive culto, farejador e assexuado, digo, inglês, foi dado como fora de moda e substituído pelo durão americano, tipo Sam Spade, Philip Marlowe ou Shell Scott, que eram craques em socos e frases, tinham um caso com a vilã e não diferiam muito dos bandidos. Estes eram os detetives "modernos". E parecia que estávamos conversados.Mas acho que nos enganamos. Pelas minúcias que a polícia paulista está levantando no caso Isabella, é a volta do detetive farejador, à antiga - com todos os recursos da tecnologia. Agora, sim, é o fim do crime perfeito.(Ruy Castro - Folha de S. Paulo - 07.05.2008) Elementar meu caro Watson...
Sherlock Holmes e Dr. Watson estão acampados em plena selva. Depois de uma boa refeição e uma garrafa de vinho deitaram-se para dormir. Algumas horas depois, Holmes acordou e cutucou seu fiel amigo. - Meu caro Watson, olhe para cima e diga-me o que você vê. Watson respondeu: - Eu vejo milhares e milhares de estrelas. Holmes pergunta a seguir: - E o que isso lhe diz? Watson ponderou por um minuto. - Astronomicamente, isto quer dizer que há milhares de galáxias e potencialmente bilhões de planetas. Astrologicamente, observo que Saturno está em Leão e teremos um dia de sorte. Horologicamente, deduzo que são aproximadamente 3h15 pela altura em que se encontra a Estrela Polar. Teologicamente, posso ver que Deus é todo poderoso e somos pequenos e insignificantes. Meteorologicamente, eu suspeito que teremos um lindo dia amanhã. E a você, o que diz? Holmes ficou um minuto em silêncio, então falou, - Watson, seu idiota. Algum filho da puta roubou nossa barraca!!!
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