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3.3.08

ESPECIAL/VEJA > UM RAIO-X DA SAÚDE 5

LEITE INTEGRAL
Bom, mas nem tanto
Embora a pesquisa do Ministério da Saúde mostre que 53,2% da população adulta brasileira toma leite regularmente, a quantidade ainda é insuficiente. O consumo per capita de leite no país, que é de cerca de 130 litros por ano, está abaixo do preconizado pela Organização Mundial de Saúde. Isso significa que bebemos, em média, um copo por dia. Essa quantidade deveria ser três vezes maior. O leite é a principal fonte alimentar de cálcio. O mineral é um ingrediente essencial para um esqueleto forte, prevenindo a osteoporose. Ele é também rico em vitaminas A, D e magnésio. Além de tomar pouco leite, o brasileiro bebe o menos adequado à saúde, sobretudo em se tratando de adultos. O integral é rico em gordura saturada, a mais nociva ao organismo. O risco maior é para quem tem o colesterol alto. Para se ter uma idéia, a principal gordura do leite integral é o ácido mirístico, substância capaz de fazer o colesterol ruim, o LDL, subir às alturas.
O leite integral é indicado para bebês e crianças que se beneficiam da gordura durante a fase de crescimento. Para os adultos sem riscos de doenças cardiovasculares, ele pode ser consumido, desde que se reduza a ingestão de gorduras provenientes de outros alimentos, como queijos e carnes. Caso contrário, a melhor opção é o leite desnatado, menos gordo, mas com a mesma quantidade de cálcio.
REFRIGERANTE
No lugar do suco
Os brasileiros adoram refrigerante. Três em cada dez tomam a bebida não-dietética cinco ou mais dias da semana. Em 2007 foram consumidos no Brasil 14 bilhões de litros da bebida. Desse total, 91% referem-se aos refrigerantes tradicionais regulares e apenas 9% às versões adoçadas artificialmente. "Além do teor calórico alto, o grande problema dos refrigerantes é que eles costumam substituir os sucos de frutas, mais nutritivos e saudáveis", diz a nutricionista Ana Maria Lottenberg, do Hospital das Clínicas, de São Paulo. Os principais consumidores de refrigerante no Brasil estão nas faixas etárias mais baixas, entre 18 e 24 anos. Um estudo da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, alerta: quando um jovem tem o hábito de tomar um copo de refrigerante por dia, corre quase duas vezes mais risco de se tornar um quarentão acima do peso do que o rapaz ou a moça sem esse costume. A realidade é ainda mais cruel com o sexo feminino. A probabilidade de uma mulher que bebe refrigerante diariamente vir a desenvolver o diabetes tipo 2 é 80% maior do que entre os homens.
FRUTAS E HORTALIÇAS
Cardápio pobre
Quase metade dos brasileiros consome frutas cinco ou mais dias na semana. Parece um número razoável, mas, quando se associam frutas a hortaliças nas quantidades ideais, esse índice cai para 17,7%. E o que isso significa? Que estão faltando nutrientes importantes na dieta dos brasileiros. Recentemente, um estudo feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, o Brazos Nutricional, identificou o que faltava no prato das mulheres, que consomem quase o dobro desses alimentos em relação aos homens. Havia deficiência de praticamente todas as vitaminas. Pelo menos 88% delas apresentavam carência de vitamina C. Presente em frutas e vegetais, essa vitamina é fundamental para a defesa do organismo, para a produção de colágeno e para a absorção de ferro. Cerca de 85% das entrevistadas tiveram consumo deficiente de betacaroteno, antioxidante que se converte em vitamina A. Cerca de 10% sofriam de deficiência de ferro, causa freqüente de anemias.
CARNES GORDUROSAS
Pingando gordura
A carne vermelha foi recentemente reabilitada pelos médicos e pelos nutricionistas. A volta do alimento ao cardápio deve-se, sobretudo, ao seu valor nutricional. A carne é rica em ferro, zinco e vitaminas, como a B12, fundamental para a memória e a cognição. Mas isso não é carta-branca para cometer excessos. Mais de 30% dos brasileiros têm o hábito de comer carne com gordura exposta. É um veneno para o coração. Cerca de 20% a 25% da composição da carne é gordura. Ou seja, mesmo quando se retira a capa de gordura da picanha, o prato ainda continua bastante gorduroso. O mesmo raciocínio vale para o frango com pele. E, aqui, com uma agravante: a pele da ave é rica em colesterol.
Fonte: VEJA Nº 2050/ 03.03.2008