As opiniões e análises que importam para entender o Brasil e o mundo
Coluna - O Filtro - Thomas Traumann
Época num. 0517
12.04.2008
1 - CRISE DOS MERCADOS - A Defesa de Greenspan
Em artigo no diário britânico Financial Times, o ex-presidente do Federal Reserve (o banco central americano) Allan Greenspan se defendeu das críticas de não ter evitado a atual crise bancária. Ele começa explicando que bolhas no mercado imobiliário emergiram em vários países, não só nos Estados Unidos. No caso americano, afirma Greenspan, o problema não foi a falta de regulamentação sobre os bancos com crédito de risco (chamado de “subprime”), mas as “expectativas pouco realistas sobre o que as autoridades regulatórias são capazes de prevenir”. Greenspan reconhece ter se surpreendido com a forma abrupta com que o mercado reagiu à crise. “Mas isso não abalou minha opinião de que o livre-mercado é a melhor maneira de organizar uma economia”, escreveu.
2 - CRISE DOS MERCADOS... e a reação
O artigo de Greenspan gerou dezenas de reações. O editorialista do Financial Times, Martin Wollf, escreveu: “Em essência, ele está argumentando que não existe meio-termo entre mercados financeiros vigiados, por um lado, e mercados quase completamente livres, por outro. Isso é uma defesa da desesperança. Eu temo muito que, se as pessoas no mundo tiverem essa escolha, elas optarão pela primeira”.
3 -BARACK OBAMA - Em nome da mãe
A revista americana Time trouxe um alentado perfil sobre Stanley Ann Soetoro (1942-1995), mãe do pré-candidato democrata Barack Obama. “Cada um de nós vive uma vida de verdades contraditórias. Ninguém é uma coisa ou outra. Mas a mãe de Obama era, no mínimo, uma dúzia de coisas”, escreve a Time. Mãe adolescente que mais tarde obteve um doutorado em Antropologia, ela vivia mais à vontade na Indonésia que nos Estados Unidos. Segundo a Time, compreender a personalidade multifacetada da adolescente branca do Estado do Kansas, que se casou com um empresário negro do Quênia, é essencial para entender Obama. “Ela não podia ser rotulada”, diz Obama.
Coluna - O Filtro - Thomas Traumann
Época num. 0517
12.04.2008
1 - CRISE DOS MERCADOS - A Defesa de Greenspan
Em artigo no diário britânico Financial Times, o ex-presidente do Federal Reserve (o banco central americano) Allan Greenspan se defendeu das críticas de não ter evitado a atual crise bancária. Ele começa explicando que bolhas no mercado imobiliário emergiram em vários países, não só nos Estados Unidos. No caso americano, afirma Greenspan, o problema não foi a falta de regulamentação sobre os bancos com crédito de risco (chamado de “subprime”), mas as “expectativas pouco realistas sobre o que as autoridades regulatórias são capazes de prevenir”. Greenspan reconhece ter se surpreendido com a forma abrupta com que o mercado reagiu à crise. “Mas isso não abalou minha opinião de que o livre-mercado é a melhor maneira de organizar uma economia”, escreveu.
2 - CRISE DOS MERCADOS... e a reação
O artigo de Greenspan gerou dezenas de reações. O editorialista do Financial Times, Martin Wollf, escreveu: “Em essência, ele está argumentando que não existe meio-termo entre mercados financeiros vigiados, por um lado, e mercados quase completamente livres, por outro. Isso é uma defesa da desesperança. Eu temo muito que, se as pessoas no mundo tiverem essa escolha, elas optarão pela primeira”.
3 -BARACK OBAMA - Em nome da mãe
A revista americana Time trouxe um alentado perfil sobre Stanley Ann Soetoro (1942-1995), mãe do pré-candidato democrata Barack Obama. “Cada um de nós vive uma vida de verdades contraditórias. Ninguém é uma coisa ou outra. Mas a mãe de Obama era, no mínimo, uma dúzia de coisas”, escreve a Time. Mãe adolescente que mais tarde obteve um doutorado em Antropologia, ela vivia mais à vontade na Indonésia que nos Estados Unidos. Segundo a Time, compreender a personalidade multifacetada da adolescente branca do Estado do Kansas, que se casou com um empresário negro do Quênia, é essencial para entender Obama. “Ela não podia ser rotulada”, diz Obama.
4 - JUROS - A polêmica do BC
O Banco Central se reúne nesta semana para, ao que tudo indica, aumentar a taxa básica de juros (Selic) e tentar reduzir a inflação. “Ao BC cabe olhar a inflação à frente, e não a taxa corrente. O IPCA saiu de 3% em março de 2007 e está agora na casa dos 4,7%. Essa é uma inflação que aconteceu nas condições de demanda do passado. A demanda futura tende a ser superior à já ocorrida. Segundo os defensores do regime de metas para a inflação, quanto mais cedo o BC agir, menor será o custo para a sociedade”, afirmou a jornalista Claudia Safatle, no jornal Valor. “Alguém que ontem tivesse chegado de Marte concluiria que o Brasil está sob grave ameaça de voltar a uma superinflação, que deve ser ‘preventivamente’ combatida por ‘superjuros’”, escreveu o ex-ministro Delfim Netto, na Folha.
O Banco Central se reúne nesta semana para, ao que tudo indica, aumentar a taxa básica de juros (Selic) e tentar reduzir a inflação. “Ao BC cabe olhar a inflação à frente, e não a taxa corrente. O IPCA saiu de 3% em março de 2007 e está agora na casa dos 4,7%. Essa é uma inflação que aconteceu nas condições de demanda do passado. A demanda futura tende a ser superior à já ocorrida. Segundo os defensores do regime de metas para a inflação, quanto mais cedo o BC agir, menor será o custo para a sociedade”, afirmou a jornalista Claudia Safatle, no jornal Valor. “Alguém que ontem tivesse chegado de Marte concluiria que o Brasil está sob grave ameaça de voltar a uma superinflação, que deve ser ‘preventivamente’ combatida por ‘superjuros’”, escreveu o ex-ministro Delfim Netto, na Folha.
5 - BOLÍVIA - O risco Morales
Cercado por um movimento separatista, o presidente da Bolívia, Evo Morales, é o maior responsável pela turbulência do país, acusa editorial de O Estado. “Morales promoveu uma série de chicanas parlamentares que culminaram com a votação final do texto num quartel do Exército, sem a presença da oposição, e tentou sufocar os movimentos autonomistas, principalmente o de Santa Cruz, incitando os movimentos sociais contra os ‘latifundiários’ e ‘oligarcas’. O líder cocalero, que se dizia o redentor da Bolívia oprimida, está presidindo a desagregação política de seu país.”
6 - ETANOL DE MILHO - Pelo fim do subsídio
Em editorial, o jornal americano The New York Times explicou como a alta global nos preços dos alimentos vai afetar a inflação dos EUA. E propôs que o governo Bush acabe com o subsídio para a produção de etanol feito de milho, base da política de biocombustíveis americana e da alta de preços dos grãos por todo o mundo.
7 - DILMA ROUSSEFF - Ela virou vítima
Em artigo na Folha, Clóvis Rossi escreve que a única coisa que o governo Lula conseguiu, ao limitar a investigação sobre o dossiê, foi abrir desconfianças sobre todos, principalmente a ministra Dilma Rousseff. “Vai ver que desta vez há de fato uma conspiração em marcha contra a ministra e eventual candidata. Conspiração palaciana. E tola”, diz Rossi.
8 - ECONOMIA - A crise será em 2009
Em reportagem sobre os efeitos mundiais do início da recessão americana, a revista britânica The Economist afirma que o Brasil e a América Latina não serão afetados como em crises globais anteriores. “O risco será em 2009. Uma recessão prolongada nos EUA afetará os preços das commodities e o ritmo dos investimentos na América do Sul.” Porém, diz a revista, o maior desafio dos países latinos não é a política econômica, mas reduzir suas deficiências em educação, produtividade e tecnologia.
9 - RAPOSA SERRA DO SOL - De índios e colonos
O deputado comunista Aldo Rebelo publicou artigo em O Estado de S. Paulo em que ataca a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima. “A demarcação contínua da reserva Raposa Serra do Sol foi um erro geopolítico. Uma parcela dos índios apóia a permanência dos não-índios na área, inclusive dos arrozeiros, que a Polícia Federal foi expulsar. Ocorre em Roraima a desavença que o dirigente chinês Mao Tsé-tung chamou de ‘contradições no seio do povo’. Temos o dever de resgatar a dívida histórica com os índios. Mas a generosidade de um país continental deve ser ampla e isonômica. É tão brasileiro o índio macuxi quanto o colono gaúcho”, escreveu Aldo.
10 - GASTOS PÚBLICOS - Lá, como aqui
Exageros com cartões corporativos não são exclusividade brasileira. O The Washington Post revelou que servidores públicos dos EUA usaram cartões para comprar lingerie, iPods, serviços de namoro on-line e pagar um jantar de mais de R$ 20 mil. Não haverá CPI, mas os servidores serão processados e poderão ser demitidos.
Cercado por um movimento separatista, o presidente da Bolívia, Evo Morales, é o maior responsável pela turbulência do país, acusa editorial de O Estado. “Morales promoveu uma série de chicanas parlamentares que culminaram com a votação final do texto num quartel do Exército, sem a presença da oposição, e tentou sufocar os movimentos autonomistas, principalmente o de Santa Cruz, incitando os movimentos sociais contra os ‘latifundiários’ e ‘oligarcas’. O líder cocalero, que se dizia o redentor da Bolívia oprimida, está presidindo a desagregação política de seu país.”
6 - ETANOL DE MILHO - Pelo fim do subsídio
Em editorial, o jornal americano The New York Times explicou como a alta global nos preços dos alimentos vai afetar a inflação dos EUA. E propôs que o governo Bush acabe com o subsídio para a produção de etanol feito de milho, base da política de biocombustíveis americana e da alta de preços dos grãos por todo o mundo.
7 - DILMA ROUSSEFF - Ela virou vítima
Em artigo na Folha, Clóvis Rossi escreve que a única coisa que o governo Lula conseguiu, ao limitar a investigação sobre o dossiê, foi abrir desconfianças sobre todos, principalmente a ministra Dilma Rousseff. “Vai ver que desta vez há de fato uma conspiração em marcha contra a ministra e eventual candidata. Conspiração palaciana. E tola”, diz Rossi.
8 - ECONOMIA - A crise será em 2009
Em reportagem sobre os efeitos mundiais do início da recessão americana, a revista britânica The Economist afirma que o Brasil e a América Latina não serão afetados como em crises globais anteriores. “O risco será em 2009. Uma recessão prolongada nos EUA afetará os preços das commodities e o ritmo dos investimentos na América do Sul.” Porém, diz a revista, o maior desafio dos países latinos não é a política econômica, mas reduzir suas deficiências em educação, produtividade e tecnologia.
9 - RAPOSA SERRA DO SOL - De índios e colonos
O deputado comunista Aldo Rebelo publicou artigo em O Estado de S. Paulo em que ataca a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima. “A demarcação contínua da reserva Raposa Serra do Sol foi um erro geopolítico. Uma parcela dos índios apóia a permanência dos não-índios na área, inclusive dos arrozeiros, que a Polícia Federal foi expulsar. Ocorre em Roraima a desavença que o dirigente chinês Mao Tsé-tung chamou de ‘contradições no seio do povo’. Temos o dever de resgatar a dívida histórica com os índios. Mas a generosidade de um país continental deve ser ampla e isonômica. É tão brasileiro o índio macuxi quanto o colono gaúcho”, escreveu Aldo.
10 - GASTOS PÚBLICOS - Lá, como aqui
Exageros com cartões corporativos não são exclusividade brasileira. O The Washington Post revelou que servidores públicos dos EUA usaram cartões para comprar lingerie, iPods, serviços de namoro on-line e pagar um jantar de mais de R$ 20 mil. Não haverá CPI, mas os servidores serão processados e poderão ser demitidos.
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