Ruy Castro
Folha de S. Paulo
11.06.2008
Uma operação pente fino (nem precisava) na penitenciária de Salvador, na semana passada, revelou que um influente traficante local mantinha em sua cela duas geladeiras, uma TV de plasma, um aparelho de DVD, equipamentos de ginástica, uma sortida despensa, uma cama de casal, duas pistolas 9 mm e R$ 250 mil em dinheiro. E há quem ache precárias as condições de vida nas penitenciárias brasileiras.Também outro dia, em Boa Vista (RR), a Polícia Federal prendeu o procurador-geral do Estado, um major da Polícia Militar, dois empresários e outros quatro suspeitos de compor uma rede de pedofilia, prostituição infantil e tráfico de drogas. O estoque de acusações é pesado: estupro, atentado violento ao pudor, submissão de menores à corrupção, formação de quadrilha.Em São Paulo, um dos principais chefes do Detran foi preso, acusado do desvio de 200 quilos de cocaína no tempo em que atuava no Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc). Afastado do Denarc durante as investigações, foi transferido para o Detran, onde se envolveu na máfia das carteiras de habilitação.Ainda em São Paulo, na rua Augusta, um PM à paisana foi agredido no domingo último por skinheads ao tentar defender um rapaz a quem eles estariam dirigindo ofensas racistas e homofóbicas. O policial teve o rosto quase destruído a golpes de soco inglês, pontapés e barra de ferro. No mesmo dia, outro PM, que integrava a segurança do governador José Serra, foi morto a tiros em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.Quem deveria estar pagando por seus crimes continua numa boa na prisão. Quem deveria impor a lei a transgride gravemente. Quem deveria proteger é agredido ou morto. Ou estamos todos plantando bananeira ou o Brasil está de cabeça para baixo.
Folha de S. Paulo
11.06.2008
Uma operação pente fino (nem precisava) na penitenciária de Salvador, na semana passada, revelou que um influente traficante local mantinha em sua cela duas geladeiras, uma TV de plasma, um aparelho de DVD, equipamentos de ginástica, uma sortida despensa, uma cama de casal, duas pistolas 9 mm e R$ 250 mil em dinheiro. E há quem ache precárias as condições de vida nas penitenciárias brasileiras.Também outro dia, em Boa Vista (RR), a Polícia Federal prendeu o procurador-geral do Estado, um major da Polícia Militar, dois empresários e outros quatro suspeitos de compor uma rede de pedofilia, prostituição infantil e tráfico de drogas. O estoque de acusações é pesado: estupro, atentado violento ao pudor, submissão de menores à corrupção, formação de quadrilha.Em São Paulo, um dos principais chefes do Detran foi preso, acusado do desvio de 200 quilos de cocaína no tempo em que atuava no Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc). Afastado do Denarc durante as investigações, foi transferido para o Detran, onde se envolveu na máfia das carteiras de habilitação.Ainda em São Paulo, na rua Augusta, um PM à paisana foi agredido no domingo último por skinheads ao tentar defender um rapaz a quem eles estariam dirigindo ofensas racistas e homofóbicas. O policial teve o rosto quase destruído a golpes de soco inglês, pontapés e barra de ferro. No mesmo dia, outro PM, que integrava a segurança do governador José Serra, foi morto a tiros em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.Quem deveria estar pagando por seus crimes continua numa boa na prisão. Quem deveria impor a lei a transgride gravemente. Quem deveria proteger é agredido ou morto. Ou estamos todos plantando bananeira ou o Brasil está de cabeça para baixo.