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17.4.08

SEGURANÇA PRIVADA, MENOS EMPREGO

Ludmila Rabello
Jornal do Brasil
17.04.2008
O comércio do Estado do Rio de Janeiro gastou, de 2002 a 2007, R$ 28,7 bilhões em segurança privada para se proteger da violência, segundo o presidente da Federação do Comércio do Estado, Orlando Diniz. Este valor seria suficiente para gerar 2 milhões de empregos no mesmo período, uma distorção que prejudica mais os jovens que procuram o primeiro emprego. O investimento em segurança consumiu 2,38% do faturamento do setor. O Ministério do Trabalho informa que foram criados, em cinco anos, 621 mil postos de trabalho.
Pesquisa da Fecomércio diz que gasto de R$ 28,7 bi em cinco anos geraria 2 milhões de vagas
A violência no Rio, que sabidamente já traz prejuízos ao comércio, atrapalha também a geração de empregos. A constatação é do presidente da Federação do Comércio do Estado do Rio (Fecomércio), Orlando Diniz, que divulgou ontem uma pesquisa realizada pela entidade sobre o assunto. Segundo Diniz, a segurança privada consumiu R$ 28,7 bilhões do setor entre 2002 e 2007. Com este dinheiro, ainda de acordo com o presidente da entidade, dois milhões de empregos poderiam ter sido gerados.
– Segundo o Ministério do Trabalho, foram criados 621 mil empregos formais no estado, entre 2002 e 2007. No mesmo período o comércio criaria dois milhões, o que representa 70% do total de empregos formais no país e 80% no Rio, se não houvesse necessidade de investir em segurança – explicou.
Primeiro emprego
Diniz aponta os jovens à procura do primeiro emprego como os mais prejudicados. O investimento em segurança é equivalente a 2,38% do faturamento das empresas nos últimos cinco anos. A pesquisa da Fecomércio foi sobre a percepção dos brasileiros em relação à segurança pública no país.
Para Diniz, a violência tem grande impacto no comércio do Estado, já que nem o Ministério do Trabalho gera tantas oportunidades de emprego.
Mil pessoas de 70 cidades e nove regiões metropolitanas foram ouvidas em fevereiro deste ano. A pesquisa constatou que a população prefere ações sociais às policiais para resolver a questão da violência. Os entrevistados elegeram quatro soluções entre 14 apresentadas para gerar mais empregos: mais policiais nas ruas; implementar programas de primeiro emprego para jovens; e aprovar leis mais severas e penas mais longas para criminosos. A pesquisa também apontou mudanças na mentalidade da população. O percentual de entrevistados que acreditam que programas sociais são a solução para tirar os jovens da criminalidade, passou de 25% dos entrevistados em 2002 para 32% neste ano. O número dos que crêem que só o aumento de policiais nas ruas poderá conter a violência diminuiu de 46% para 37%.
– O brasileiro defende as políticas sociais como forma eficaz de combate à violência e à criminalidade. Ele prioriza projetos como o primeiro emprego para jovens e atividades culturais, esportivas e de lazer para tirar as crianças das ruas. Esse é um sinal de maturidade da nossa população, que percebeu que a inclusão social é condição essencial para transformar a sociedade – concluiu.
A pesquisa foi feita em todo o Brasil entre os dias 24 e 29 de fevereiro deste ano.
Resposta da secretaria
Através de sua assessoria, o secretário de Segurança José Mariano Beltrame lembrou que o problema não acontece apenas no Rio e que a estratégia de combate à criminalidade atual tem o apoio de associações de empresários.