Fonte: http://www.montesclaros.com/
De: Deraldo Tourinho | Data: Seg 7/5/2012 16:57:45 |
Cidade: Salvador/BA | |
E-mail: dtarquiteto@gmail.com | |
Minha primeira visita a Montes Claros, a convite
de meus tios, aconteceu há décadas, quando eu
tinha 16 anos. Fiquei uma quinzena na cidade,
divertindo-me com Cabaret (Haroldo Filho),
Didu (Roberto) e Henrique. Visitava também
Raymundo, Terezinha, Layce e Machado.
Foram dias de muita felicidade e aprendizagem.
Um soteropolitano no norte de Minas, tendo
o privilégio de se hospedar na casa do Doutor
que tinha “aparado” dois terços da população
local. A estadia foi repleta de bons momentos
juntos aos tios Aroldo e Lourdes e aos primos.
Lembro-me de um acontecimento especial.
Certo dia da semana, no turno matutino, o
tio Aroldo atendia socialmente em seu gabinete,
no térreo da casa, com acesso à rua lateral.
Curioso, saí à rua e observei a fila de pacientes
que se formava esperando a consulta. Não
sei quem, Didu ou Cabaret, acompanhava-me
nessa observação ao que ocorria e observei
na fila jovens moças, com roupas provocantes,
aguardando atendimento. O primo matou a minha
curiosidade indicando:
- São as meninas de Edna e Leobina (meninas
do lupamar) que o velho atende.
Após o almoço, dirigi-me ao tio, encantado com a
sua generosidade e juramento médico. Quando
lhe perguntei sobre as “meninas”, impressionado
com a sua bondade, ouvi uma resposta para me
tirar do tempo:
– Só estou protegendo vocês de uma blenorragia! Quase uma década depois, estando em Montes
Claros para acompanhar o funeral do meu querido
tio, uma cena ficou registrada na minha memória
para sempre. Impedidas pelos religiosos da
função de se posicionarem no cortejo que se
formou à frente do cruzeiro do cemitério, iam de
véu e terço, em número considerável, as meninas
de Edna e Leobina, homenageando o generoso e
competente médico que as protegia, assim como a
todos nós.
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