De baioneta falada
Manoel Hygino - Jornal "Hoje em Dia"
No
dia 7, quando Belo Horizonte escurecer, no salão de recepções do
Tribunal de Contas do Estado, na avenida Raja Gabaglia, Genival
Tourinho, Lígia Maria Pereira, Auxiliadora Faria e Vicente Tupinambá
Flores lançam o livro "Baioneta Calada e Baioneta Falada", editado pela
Imprensa Oficial. O volume, alentado, contém episódios
biográfico-políticos do primeiro, meu conterrâneo mais novo, personagem
polêmico na crônica partidária de Minas e do país. Murilo Melo Filho,
jornalista, da Academia Brasileira de Letras o saudou, como fez a
apresentação das 600 páginas de acontecimentos marcantes na vida de
Genival.
Repito: Genival é o personagem. As professoras Lígia Maria
Leite Pereira e Maria Auxiliadora de Faria, professoras de UFMG, foram
as concatenadoras do trabalho e redatoras, enquanto Vicente Flores teve
participação dando assessoria na formatação. Atrás das cortinas, tiveram
papel importante na publicação Paulo Ribeiro e Paula Tourinho, além de
Ariosvaldo Campos Pires, incentivadores da "empreitada".
O título diz
muito, porque resume a vida de Genival, cheia de lances, ricos em
coragem, tantas vezes objeto de incompreensões. Para o biografado,
inspirou-se ele em Oswald de Andrade, para quem a baioneta falada é
indutora dos maiores desatinos, superiores mesmo aos praticado contra a
humanidade contra a Santa Inquisição. Que assim seja!
Genival é um
apaixonado por política, uma paixão revelada desde a adolescência,
quando sequer eleitor e se integrou à campanha de Juscelino ao governo
de Minas, abrindo comícios no Norte de Minas, como em Bocaiuva, Montes
Claros e Pirapora. Naquela idade, começou a discordar do pai,
pró-candidatura udenista de Gabriel Passos.
A esperança do
autor-personagem era de oferecer leitura amena, o que conseguiu. Por
outro lado, logrou-se o que é raro neste gênero: tudo corresponde à
absoluta verdade. "O que não pude revelar, omiti. Não modifiquei ou
retoquei. Os episódios na história da oposição, quando os conto, aponto
realmente como aconteceram, sem acréscimos, sem pinceladas ou artifícios
que os viesse deturpar".
Alguns fatos descritos tiveram repercussão
nacional, como sublinha Murilo Melo Filho: a eleição para a Câmara dos
Deputados, a fidelidade ao PMDB e PDT, a luta contra Geisel, as
denúncias contra os generais Coelho Neto, Milton Tavares e Antônio
Bandeira na "Operação Cristal", o assalto e agressão de que foi vítima
no Eixo Rodoviário de Brasília e o processo que lhe moveu o Ministério
do Exército.
Mas nem tudo é política, porque as atividades paralelas,
a vida pessoal - a sua e de outros personagens - são lembradas, desde
as origens da própria família, típica de classe média, para média alta. A
grei era de cidade da Bahia, como os antigos chamavam Salvador.
Registre-se que a capital da capitania de Porto Seguro teve como
primeiro donatário Pero do Campo Tourinho.
A origem, pelo lado
materno é de Minas, margem do São Francisco, em Manga. O coronel Bembém
Pastor, último coronel de Minas, de fala mansa, responsável por não
poucas escaramuças, tinha liame com sua avó. Enfim, muito a ler e
apreciar, ao jeito e maneira de Genival, a que foram fieis as redatoras.
Mantle Model
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