A nova cara do presidente Lula
Martha Mendonça
Época num. 0521
12.05.2008
O rosto de João Miguel ainda é pouco conhecido. Mas ele se tornou o ator mais requisitado no cinema nacional – e será protagonista do filme Lula, Filho do Brasil
Ele esteve em seis filmes nos últimos dois anos e tem mais três prontos para estrear. Virou a nova cara do cinema nacional, mas ainda não é reconhecido nas ruas – ou passa por aquele indivíduo que todos lembram, mas não sabem de onde. Sorte do ator João Miguel. Seu “anonimato” lhe rendeu o papel de Luiz Inácio Lula da Silva no filme Lula, Filho do Brasil, de Fábio Barreto, que vai contar a trajetória do retirante nordestino que virou presidente. A produção, que começará a ser filmada no próximo semestre e entrará em cartaz no ano que vem, precisava de um ator de primeira, mas cujo rosto não fosse conhecido. “João é a escolha perfeita, tem atuações sensacionais no currículo, mas não está marcado”, diz Paula Barreto, produtora do filme.
O papel de Lula promete ser a consagração desse baiano de 37 anos que dedicou sua vida ao teatro até 2005, quando foi convidado para ser um dos protagonistas de Cinema, Aspirinas e Urubus. O diretor Marcelo Gomes estava à procura de quem encarnasse Ranulfo, um nordestino ingênuo que se encanta com a magia do cinema. “Eu precisava daqueles olhos”, diz Gomes. Ele viu João Miguel pela primeira vez no espetáculo Bispo, um monólogo sobre o artista plástico esquizofrênico Arthur Bispo do Rosário que ele encenou por quatro anos pelo Brasil. Sua atuação no filme lhe rendeu vários prêmios de melhor ator e dezenas de convites para outras produções elogiadas, como O Céu de Suely, de Karim Aïnouz, e Mutum, de Sandra Kogut. Hoje, está em cartaz como o cozinheiro Raimundo Nonato, de Estômago, de Marcelo Gomes – uma história originalíssima sobre comida, sexo e poder. O próximo é Deserto Feliz, de Paulo Caldas, em que será um traficante de animais. No ano que vem, também estará na pele de Edgar, em Bonitinha, mas Ordinária, de Moacir Góes, e Hotel Atlântico, de Suzana Amaral.
“Estou aprendendo a fazer cinema fazendo”, diz o ator, raro caso de quem chega ao sucesso sem antes passar pela televisão. “Não tenho preconceito, mas por enquanto o cinema não me deixa tempo para nada.” Apesar de ter começado e passado quase toda a sua carreira no teatro, uma história de infância marca a ligação de João Miguel com o cinema. Aos 9 anos, participando de um programa de TV, entrevistou Glauber Rocha. “Nervoso, eu disse: Glauber, vou te perguntar uma pergunta. No que ele falou: Então eu vou te responder uma resposta”, afirma. Diante de tantas propostas, tem recusado papéis. “Busco personagens que não sejam uma coisa só, que não sejam bandidos nem mocinhos, e foco em suas contradições.” Sob medida para encarnar Lula.
PRESTE ATENÇÃO O filme Lula, Filho do Brasil estreará em outubro de 2009
Martha Mendonça
Época num. 0521
12.05.2008
O rosto de João Miguel ainda é pouco conhecido. Mas ele se tornou o ator mais requisitado no cinema nacional – e será protagonista do filme Lula, Filho do Brasil
Ele esteve em seis filmes nos últimos dois anos e tem mais três prontos para estrear. Virou a nova cara do cinema nacional, mas ainda não é reconhecido nas ruas – ou passa por aquele indivíduo que todos lembram, mas não sabem de onde. Sorte do ator João Miguel. Seu “anonimato” lhe rendeu o papel de Luiz Inácio Lula da Silva no filme Lula, Filho do Brasil, de Fábio Barreto, que vai contar a trajetória do retirante nordestino que virou presidente. A produção, que começará a ser filmada no próximo semestre e entrará em cartaz no ano que vem, precisava de um ator de primeira, mas cujo rosto não fosse conhecido. “João é a escolha perfeita, tem atuações sensacionais no currículo, mas não está marcado”, diz Paula Barreto, produtora do filme.
O papel de Lula promete ser a consagração desse baiano de 37 anos que dedicou sua vida ao teatro até 2005, quando foi convidado para ser um dos protagonistas de Cinema, Aspirinas e Urubus. O diretor Marcelo Gomes estava à procura de quem encarnasse Ranulfo, um nordestino ingênuo que se encanta com a magia do cinema. “Eu precisava daqueles olhos”, diz Gomes. Ele viu João Miguel pela primeira vez no espetáculo Bispo, um monólogo sobre o artista plástico esquizofrênico Arthur Bispo do Rosário que ele encenou por quatro anos pelo Brasil. Sua atuação no filme lhe rendeu vários prêmios de melhor ator e dezenas de convites para outras produções elogiadas, como O Céu de Suely, de Karim Aïnouz, e Mutum, de Sandra Kogut. Hoje, está em cartaz como o cozinheiro Raimundo Nonato, de Estômago, de Marcelo Gomes – uma história originalíssima sobre comida, sexo e poder. O próximo é Deserto Feliz, de Paulo Caldas, em que será um traficante de animais. No ano que vem, também estará na pele de Edgar, em Bonitinha, mas Ordinária, de Moacir Góes, e Hotel Atlântico, de Suzana Amaral.
“Estou aprendendo a fazer cinema fazendo”, diz o ator, raro caso de quem chega ao sucesso sem antes passar pela televisão. “Não tenho preconceito, mas por enquanto o cinema não me deixa tempo para nada.” Apesar de ter começado e passado quase toda a sua carreira no teatro, uma história de infância marca a ligação de João Miguel com o cinema. Aos 9 anos, participando de um programa de TV, entrevistou Glauber Rocha. “Nervoso, eu disse: Glauber, vou te perguntar uma pergunta. No que ele falou: Então eu vou te responder uma resposta”, afirma. Diante de tantas propostas, tem recusado papéis. “Busco personagens que não sejam uma coisa só, que não sejam bandidos nem mocinhos, e foco em suas contradições.” Sob medida para encarnar Lula.
PRESTE ATENÇÃO O filme Lula, Filho do Brasil estreará em outubro de 2009
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