21.5.08

DESEMPREGO > BRASIL/JOVENS

Brasil é líder no desemprego
Jornal do Brasil
21.05.2008
O Brasil tem a maior proporção de jovens desempregados, entre 15 e 24 anos, de um grupo de 10 países. O total corresponde a 46,6% da população brasileira, "É um quadro alarmante", alerta especialista do Ipea.
Quase metade (46,6%) da população brasileira entre 15 e 24 anos, hoje estimada em cerca de 40 milhões de indivíduos, está sem emprego. Deste contingente, 9,7 milhões vivem em famílias com renda per capita de até meio salário mínimo (R$ 207,50), 12,5 milhões não tinham concluído o ensino fundamental e 1,4 milhão é constituído por analfabetos. Estes são alguns dos resultados da pesquisa Juventude e políticas sociais, elaborada pelos economistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Jorge Abrahão de Castro e Luseni Aquino.

Diretor de Estudos Sociais do Ipea, Jorge Abrahão adverte que os resultados evidenciados pelo estudo representam quadro alarmante quanto à concretização do respeito aos direitos humanos de parcela expressiva da juventude brasileira.

O mais grave é que o desemprego entre jovens da faixa etária pesquisada é 3,5 vezes maior do que entre adultos com mais de 24 anos, e esta proporção vem aumentando continuamente. Em 1990, era de 2,8 e, em 1995, 2,9 maior.

Destaque negativo

Pelos dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD) de 2005, a proporção de jovens brasileiros desempregados – 46,6% – é a maior no grupo de 10 países pesquisados para efeito de comparação: México (40,4%), Argentina (39,6%), Inglaterra (38,6%), Suécia (33,3%), Estados Unidos (33,2%), Itália (25,9%), Espanha (25,6%), França 22,1% e Alemanha (16,3%). Para os dois economistas do Ipea, o desemprego entre os jovens é maior porque eles são demitidos com ônus menor e considerados menos importantes na produção devido à sua menor experiência.

Opinando sobre o estudo, Luiz Bello, do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, agrega outro dado à questão: por terem, em regra, menores compromissos familiares, os jovens recém-formados, por exemplo, podem se permitir não ingressar no primeiro emprego que apareça, dando estrita preferência a sua especialidade. Já nas faixas de maior idade não é incomum o indivíduo aproveitar qualquer oportunidade de trabalho, em vista de compromissos familiares acumulados.

No que se refere à educação de nível superior, e tomando como universo de comparação os países da América Latina e do Caribe, o Brasil está em último lugar. O número de brasileiros com idade entre 20 e 24 anos que freqüenta a universidade é de apenas 213 por grupo de 10 mil habitantes. Menos que a Colômbia (232), México (225), Argentina (531), Bolívia (347) e Venezuela (389)

Desemprego atinge 46% dos jovens
Valor Econômico
21.05.2008
O desemprego entre os jovens brasileiros de 15 a 24 anos é 3,5 vezes maior que entre os adultos com mais de 24 anos. Esse índice vem aumentando nos últimos anos. Em 1995, representava 2,9 vezes o desemprego adulto, e em 1990, 2,8 vezes. O levantamento é da pesquisa "Juventude e Políticas Sociais no Brasil", organizada por Jorge Abrahão de Castro e Luseni Aquino, técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 2005, a participação dessa faixa de jovens no total de desempregados no Brasil (46,6%) foi a mais alta entre dez países pesquisados: México (40,4%), Argentina (39,6%), Reino Unido (38,6%), Suécia (33,3%), Estados Unidos (33,2%), Itália (25,9%), Espanha (25,6%), França (22,1%) e Alemanha (16,3%).
Os técnicos do Ipea constataram que o desemprego é maior entre os jovens porque são demitidos por um custo mais baixo para as empresas.